Caraíva, paraíso do sul da Bahia





"Ô Bahia
Bahia que não me sai do pensamento..."

Se tem um Estado do Brasil que eu amo é a Bahia. Na minha humilde opinião, é lá que estão as praias mais lindas desse país, principalmente, as localizadas no sul do estado.

A primeira vez que viajamos para Bahia foi para passar o Carnaval, há 12 anos atrás. De início, o projeto era ficar em Porto Seguro e região. Mas uma amiga da faculdade falava muito sobre um lugar incrível que ela conhecia e frequentava há anos no sul da Bahia. Esse lugar era Caraíva.

Resolvemos então, incluir uma estadia de 5 dias  no pequeno vilarejo antes de nos dirigir para Porto Seguro. Não sabia o que esperar e se soubesse, teria ficado muito mais tempo...

Caraíva é uma península banhada pelo Oceano Atlântico e pelo rio Caraíva, localizada na área do Parque Nacional do Monte Pascoal, na costa do Descobrimento. Não é fácil chegar. Do Rio de Janeiro fomos de ônibus até Eunápolis e de lá tomamos um taxi até a beira do rio. Foi cerca de 1 hora e meia por uma estrada de terra cheia de buracos e sacolejando até não poder mais! É preciso atravessar o rio Caraíva para chegar à vila.

As ruas da vila são de areia e casinhas coloridas, internet é coisa rara e quando estivemos lá em 2008, a luz elétrica tinha chegado a cerca de dois anos. E apenas para as casas, já que as ruas não possuem iluminação.





Ficamos numa pousada maravilhosa e aconchegante, com o café da manhã simples, mas incrivelmente delicioso e um proprietário que nos deixou muito à vontade. E com um jardim lindo e muito bem cuidado.






O point da vila é a barra do rio - onde ele deságua no mar. As barracas localizadas na barra do rio servem petiscos e bebidas. Índios Pataxó fazem a travessia para o outro lado de canoa. Não é aconselhável atravessar o rio a nado, já que a correnteza é muito forte e perigosa. Nossos dias em Caraíva foram aproveitados curtindo o rio na volta dos passeios, já no final da tarde. Uma delícia!





Uma das opções de passeio em Caraíva é o de bugre até a ponta de Corumbau. O engraçado é que saímos de manhã logo cedo para dar uma volta na vila, sem ideia do que fazer. Ao chegar ao rio, um bugreiro nos ofereceu o passeio, mas alegamos não ter o dinheiro naquele momento. Ele então ofereceu de fazermos o passeio e pagá-lo no dia seguinte! Topamos, né?

O bugre seguiu por toda praia de Caraíva até o rio Corumbau, que atravessamos na canoa de um Pataxó. No caminho, encontramos os índios da aldeia Barra Velha pescando e fizemos uma parada para fotos. 





A praia estava com a maré baixa e uma longa faixa de areia se abria no meio do mar. Passamos a manhã toda curtindo aquela maravilha de lugar.







O Barata, o bugreiro que nos levou ao passeio, mora na aldeia Barra Velha. Casado com uma Pataxó e com muitos filhos indígenas, nos levou para conhecer a aldeia. Muito simpático e educado, nos levou na sua casa onde conhecemos sua família e vimos as mulheres confeccionando o artesanato e colares que costumam vender para os turistas. 


Entrada da aldeia Barra Velha



Também nos levou na parte alta do rio para darmos um mergulho.






De Caraíva é possível ir caminhando pelo litoral até a praia do Espelho. São 9 km de caminhada pela beira mar com direito à trilha por cima da falésia. No meio do caminho, entre Caraíva e a Praia do Espelho, está a praia do Satu. A praia leva o nome de um antigo morador que tem uma barraca na praia. Morava apenas com a mulher e estava acompanhado de um neto que passava férias com os avós. Lá comemos o melhor pastel caseiro e bebemos o refrigerante mais gelado da Bahia, apesar de não ter luz elétrica na residência. 



Ao chegar no fim da praia há uma entrada que dá acesso à falésia. A Praia do Espelho fica do outro lado e a parte mais conhecida da praia fica bem distante. Cansados de caminhar e com medo da maré subir e impedir nossa passagem em alguns pontos da volta, ficamos apenas na parte da praia logo abaixo da falésia. 







O que eu mais gostei nessa caminhada e de Caraíva foi a praia do Satu. No meio do caminho encontramos uma lagoa de água doce embaixo de uma falésia - a Lagoa do Satu. Fizemos uma parada estratégica para mergulhar e lanchar. Gostamos tanto que voltamos outra vez. Passamos o dia na lagos completamente sozinhos. Não apareceu uma viva alma na praia! Praia só nossa!








Os cinco dias passaram rápido. Nunca pensei que gostaria tanto de um lugar como gostei de Caraíva. Voltamos à Porto Seguro mais uma vez há cerca de 4 anos, mas não tivemos oportunidade de voltar à Caraíva. Mas um dia, quem sabe? 


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