Deserto do Atacama - Parte 1 - San Pedro de Atacama






Há dois anos realizei o sonho de conhecer o Deserto do Atacama. Uma postagem num blog de viagens com imagens incríveis acendeu o desejo de conhecer esse lugar incrível. Ainda pensava na possibilidade e nem sabia como preparar as coisas para ir quando, numa conversa sobre viagens como uma amiga do curso de inglês, fiquei sabendo que ela tinha acabado de cancelar a viagem, mas estava pensando em remarcar para janeiro do ano seguinte. Pimba! Cinco minutos de conversa e a viagem estava fechada! rsrs

A porta entrada para o Deserto do Atacama é a cidade de San Pedro de Atacama, 1.600 km de distância da capital do Chile. Nosso voo para Santiago chegou à capital chilena por volta das 21h. Não há voos para San Pedro, mas para a cidade de Calama - outra cidade localizada no meio do deserto. Passamos a madrugada no aeroporto à espera do voo para Calama, que saiu às 6 da manhã.



Aeroporto de Calama

De Calama ainda pegamos cerca de 1h30 de estrada até San Pedro. A essa altura já estava derrubada de tanto sono e cansaço da viagem. Mas como teríamos apenas mais quatro dias pela frente, resolvemos aproveitar o primeiro dia para trocar dinheiro e contratar os passeios. 

Ficamos hospedadas num hostel bem próximo à rua Caracoles - principal rua da cidade onde ficam concentrados os comércios, restaurantes e a maioria das agências de turismo da cidade. O hostel é ótimo. Tem camas confortáveis, o casal de proprietários era supe simpático e acolhedor,  banheiros bem limpos (apesar de serem coletivos) e chá de coca à vontade (ajuda a suportar os efeitos da altitude). A única coisa que achei ruim foi não oferecer café da manhã. 

O que se vê na cidade são ruas de terra, muito calor e muitos turistas circulando. As casas e construções em geral são de apenas um andar e são feitas de uma mistura de barra e palha. O ar é extremamente seco e é muito comum todo mundo andar agarradinho à sua garrafa de água na rua, principalmente os turistas. 

Na época em que fomos - no verão - costuma fazer muito calor no meio do dia, a temperatura cai muito no fim da tarde e faz muito frio à noite e pela manhã. Então, você precisa levar roupa tanto para o frio quanto para o calor. Em alguns passeios você usa roupa de frio extremo e em outros fica praticamente de bermuda e camiseta. Uma loucura! Ah, e nada de chinelos ou sandálias. O calçado oficial é o tênis. O meu ficou destruído depois de tantos dias andando no pó e na areia, tanto na cidade como no deserto. 





O point da cidade é a Plaza de Armas onde fica a Igreja de San Pedro, construída pelos jesuítas espanhóis que colonizaram a região, em 1774 e a prefeitura da cidade. 







Pela praça temos acesso ao Mercado de Artesanato que oferece artigos confeccionados na região. Encontramos muitas peças coloridas feitas em teares manuais com lã de lhama e alpaca, lembranças de todos os tipos e chá de coca (que só pode ser comprado lá, já que em Santiago é proibida sua venda). O chá e as folhas de coca são amplamente consumidos pela população local. Esses produtos não tem nenhum efeito alucinógeno e são consumidos através de um viés cultural - a coca é considerada uma planta sagrada pelos povos andinos - e são indispensáveis para para suportar os efeitos da altitude. O chá é muito gostoso e não comprei para trazer para o Brasil porque ouvi dizer que poderia ter problemas com a Polícia Federal. Uma pena!



Andando pela cidade, descobrimos um outro centro de artes bem bacana. É como um mini shopping com pequenas lojinhas onde os próprios artistas e artesão vendem suas produções. Na primeira em que entramos já conhecemos o Renan, um indígena atacamenho com quem conversamos muito sobre a situação dos povos indígenas do Chile, sobre seu trabalho de artesão de roupas de lã de alpaca e lhama - que aprendeu com sua mãe. E saímos de lá com esculturas de madeira feitas por ele que reproduzem as pinturas rupestres deixadas nas cavernas do deserto pelos antigos habitantes da região. 




Já havíamos sido informadas que as coisas são bem caras em São Pedro. A rua Caracoles concentra a maioria dos restaurantes da cidade e achamos as opções bastante caras. Procurando comer bem sem deixar de economizar, já que teríamos um gasto considerável com os passeios, seguimos dicas de internautas e blogueiros e fomo almoçar todos os dias no local conhecido como Los Carritos. 

Atrás da praça e perto de uma quadra esportiva, cerca de cinco restaurantes familiares vendem comida caseira que inclui alguma entrada como caldo ou salada. Comemos em três restaurantes diferentes e nossa avaliação: valeu muito a pena. Comida barata e farta (em um dos restaurantes, ficamos satisfeitas só com a entrada), além de pagarmos preço justo.


Passamos a maior parte dos dias fazendo os passeios que são a atração do deserto. Mas é legal reservar uma parte do dia - manhã ou tarde - para conhecer a cidade, comprar umas lembrancinhas. É uma paisagem completamente diferente do que estamos acostumados. O moradores da cidade são muito acolhedores e recebem muito bem os turistas. Fiquei impressionada com a quantidade de brasileiros que vivem e trabalham na cidade, principalmente, com o turismo.

Como falei no início, reservamos os passeios logo no primeiro dia em que chegamos. Também seguindo as dicas que encontramos nos sites e blogs de viagem, optamos por comprar os passeios lá em San Pedro, pois teríamos a oportunidade de conhecer as agências, pesquisar e negociar os preços. Após fazer a cotação em várias agências, terminamos por escolher uma e fechar os passeios. 

Nos próximos posts, vou falar sobre cada um dos passeios. Foi uma das viagens mais incríveis que fiz na vida! Espero que vocês consigam captar a beleza que é esse lugar. Vem comigo! 

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