Deserto do Atacama - Parte 4 - Salar de Tara






O Salar de Tara é o passeio de maior altitude do Atacama. Li várias recomendações sobre esse passeio na internet antes de ir e sobre os cuidados a serem tomados devido ao soroche - o mal da altitude. Uma delas era a recomendação para fazer esse passeio no última dia da viagem e se preparar para a enfrentar a altitude como beber muita água, comer coisas leves um dia antes e se possível, tomar chá ou mascar folhas de coca.

Esse foi um passeio que me marcou inicialmente de maneira bem negativa tanto no dia como um tempo depois. Cheguei a achar que esse seria um dos passeios do Atacama que eu não faria de novo. Hoje, revendo as fotos, vejo que fui bastante injusta. O lugar é incrível e com paisagens estonteantes, muito diferente que estamos acostumados a ver no Brasil. No decorrer do relato, vocês irão entender o porque dessa minha impressão inicial.

Bom, o passeio foi realizado no nosso terceiro dia no deserto. A saída é de manhã bem cedo e na noite anterior já tivemos alguns sinais de que não seria um bom dia - pelo menos para mim. A empresa contratada queria desmarcar e remarcar o passeio para outro dia. Como estávamos com a agenda toda programada, não aceitamos. A empresa terminou por terceirizar o serviço e o resultado já se mostrou quando o transporte chegou: uma van velha e caindo aos pedaços, ar condicionado com problemas e um guia que não passou nenhum tipo de orientação. 

Nossa primeira parada foi para o café da manhã em frente ao vulcão Licancabur. Paisagem mais linda não há! Enquanto o guia arrumava a mesa e o café, tirávamos várias fotos e já começamos a experimentar a primeira peculiaridade do passeio: diferente dos outros atrativos, o passeio ao Salar de Tara não possui nenhuma estrutura nem ponto de apoio para os turistas. Ali mesmo já começamos a utilizar o famoso "banheiro inca" - numa extensa área descampada e completamente plana, o jeito era se agachar e torcer para quem ninguém estivesse te olhando!




A segunda parada foi no 
Bofedal de Quepiaco, uma espécie de pantanal com um mar de montanhas de cor avermelhada ao fundo. Ali, comecei a sentir os efeitos da altitude: uma dor de cabeça que já começava a incomodar. Por orientação do guia, aumentei a quantidade de água que já vinha bebendo ao sairmos da cidade para aliviar os efeitos do soroche. 




Logo em frente paramos no Monjes de la Pacana. São formações rochosas gigantescas, de 30 a 40 metros de altura no meio do nada. Elas foram parar ali pelas inúmeras erupções vulcânicas que aconteceram e depois sendo moldadas pela vento e gelo. Elas têm esse nome porque lembram a silhueta de monges. Nessa parada, eu já estava me sentindo muito mal. A dor de cabeça já era bem intensa. Sem falar que saímos da estrada e o carro sacolejava sem parar no terreno irregular. Sentia como se meu cérebro estivesse solto dentro do crânio. Sem muita animação, tirei umas fotos enquanto o pessoal aproveitava a paisagem. 





Depois seguimos para as Catedrais de Tara. Nessa parte do passeio a dor de cabeça era alucinante! Nesse ponto já tínhamos chegado a 4.779 metros de altitude. Saímos da van para caminhar e tirar fotos e essa aí sou eu pensando quando o passeio iria acabar! rsrs 


 

As Catedrais de Tara são enormes paredões, que mais parecem sentinelas guardando o Salar de Tara. 





A última parada foi à beira de uma lagoa repleta de flamingos onde foi servido o almoço. O passeio ao Salar de Tara dura o dia todo e por isso o as agências incluem o almoço. A vista era espetacular, mas para mim o passeio já tinha desandado. Nem sei como consegui comer.




Hoje, revendo as fotos, tenho uma opinião diferente sobre o passeio. Inicialmente, eu dizia que tinha sido o passeio que menos gostei e não iria novamente. Atualmente penso que deveria - mais preparada para enfrentar o soroche -  dar uma chance para o Salar de Tara me mostrar todo seu esplendor. 

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